muana puewo uneza - a mana nasceu - II

nha kacela acendeu o fogo e preparou a selha dos banhos com a experiência de muitas chuvas.
passou algum tempo. nha kacela chegou mesmo de adormecer encostada ao seu ventre já bem descido.
já não dava pra'guentar mais. tinha chegado a sua hora. então falou já num gemido,
- muana ukuiza! o filho está vir.
- nani kanda!... ainda não... respondeu nha kacela
mas não adiantava esperar mais, então pediu p'ra lhe segurar ali em baixo. e as mãos de sabedoria apalparam-lhe as entranhas
nani txiri, exclamou nha kacela, é mesmo verdade!...
estava mesmo a chegar. era já a cabeça do muana a forçar sair no mundo.
fez força, a dor naquela hora tomava-lhe conta até da garganta que respondia como o grito do trovão naquelas noites em que o céu se rasga e a terra estremece o imbomdeiro que fica parece mamoeiro a abanar e deixa até mesmo o leão com as pernas a tremer.
era mesmo assim que a dor naquela hora ajudava a abrir, a rasgar o corpo que largava das suas entranhas o corpinho do novo ser que se esgueirava lentamente.

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