o banquete - a partida - II

houve porém um dia, que o senhor zé, no costumeiro passeio arranjou logo duas gazelasitas para se banquetear. lambia os beiços de satisfação enquanto besuntava as jovens com o seu olhar viscoso pousado nos seus corpos. entre risinhos e chochos malandros, tiraram-no do veículo, enquanto este ajeitava com as mãos os membros moles como meias de senhora abandonadas no chão do quarto.
estava pronto. a caça mirando-o num jogo misterioso, quase perigoso. quando pensava lançar os seus tentáculos para abraçar as suas presas levou um safanão que o fulminou e o deixou estatelado no capim à beira da estrada.
as jovens tinham-se juntado para vingar as suas humilhações.
passou algum tempo até que se recompusesse. a moto, tinham-na deixado a uns bons metros. e para lá chegar levou muito tempo a arrastar o seu lodoso corpo de verme pelo chão. na sua cabeça e durante muito tempo estavam as risadas e a imagem das mulheres que bamboleantes se afastavam, satisfeitas da sua proeza.
foi alguém que por acaso ali passou e já depois de muito tempo ajudou a sentar o homem que espumava de raiva.
nunca mais ninguém o viu por aquelas paragens.
valera bem a partida.

maio de 1985

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