um presente de culpa - III

Que era a mãe e o pai que nos davam os presentes, até aí já eu há muito tinha chegado. Só que no fundo me alegrava ver a hora de sentir os olhos de todos pousados em mim na hora de os abrir. Era a alegria dos crescidos ao pensar que a sua magia do segredo do natal tinha resultado. E eu, eu fazia a minha parte, desde mesmo a carta ao menino jesus.
Agora, sentia no peito aquela dor da culpa a morder.
Vi mesmo nos olhos da mãe que ela já me tinha apanhado. Descobriu mesmo que eu vi tudo.
E aí, pensava cá comigo, já não ía ser a mesma coisa. Eu já sabia. Vi a caixa. Já não vai ter graça nenhuma! - bolas, porque é que tinha que ser assim?

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