A Viagem - VI

Partimos numa madrugada.
A baiana por mais que insistíssemos recusou-se a acompanhar-nos. Parecia adivinhar que não voltaríamos à terra fresca e fértil do planalto onde o sol havia muito que tinha deixado de nascer para todos.
Desta vez não se tratava de ir ir visitar a tia ao Umpulo ou a Camacupa. Passamos muitas matas, lavras e cafezais. Rios, ñaras e sanzalas eíam desfilando na imensa paisagem.
Numa tarde diluviana foi com ramos e paus e a solidária dos mão dos camponeses que levantaram o camião, que dançava sem sair do mesmo lugar no rio vermelho espesso e pegajoso amanteigado, onde estava atolado quase até à barriga.
Estafados íamos subindo rumo a norte. Começávamos a asfixiar naquele compartimento exíguo da cabine onde já não tinhamos posição, embora com os saltos do caminho irregular fosse-nos sem querer mudando de um lado para o outro quase aos empurrões que só não tinha força para arrancar a mana que estava embrulhadinha colada aos braços da mãe.
Foi com alívio e alegria que tive ordem de soltura quando a mãe me deixou ir lá para trás para a carroceria onde estavam os manos mais velhos e a minha prima irmã, e onde já podiamos descalçar os sapatos e sentir o vento.

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